O pernambucano Gentil Cardoso foi técnico de dezenas de clubes em sua carreira. Gostava de criar frases. É dele: “quem se desloca, recebe e quem pede tem preferência!”.
Supersticioso e folclórico, comandava todos os treinos portando um megafone.Na década de 60 teve uma rápida passagem pela Ponte Preta de Campinas.
Almeida, um negro forte era um centro-avante reserva de pouca habilidade, mas com muita vontade.
Numa rodada de domingo, um artilheiro de outro time fez um lindo gol de bicicleta e as televisões mostraram o lance várias vezes. Em casa, Almeida estava boquiaberto com aquele lance.
Na reapresentação da equipe, terça-feira, Almeida chegou mais cedo, pegou um saco com bolas e foi sozinho para o campo. Para manter o anonimato de sua idéia, atravessou todo o gramado e foi até a entrada da grande área do gol do fundo. Levantava a bola e tentava a bicicleta sem nenhum sucesso.
Pouco a pouco, os jogadores foram vindo para o campo e já formavam um grupo à entrada do túnel. Estavam admirados com a força de vontade do Almeida e ele lá, tentando as bicicletas.
Nisso, Gentil Cardoso chega ao campo. Sem a mínima intenção de dar moral ao seu jogador, esperou duas tentativas, pegou seu megafone e ainda gritou:
--Ô Almeida, pára com isso. Você é ruim com a cabeça para cima, imagina com a cabeça para baixo!”
Fonte: www.osmardeoliveira.com.br
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